domingo, 16 de maio de 2010

O exemplo da Suécia

O exemplo da democracia sueca
O governo da Suécia aprovou uma lei que protege as crianças da publicidade: estão proibidos anúncios na televisão voltados para menores de 12 anos. A justificativa é que eles não têm idade para diferenciar um programa de um comercial.
A publicidade dirigida às crianças é estritamente regulamentada e até mesmo completamente proibida na televisão. O governo busca, com o apoio da opinião pública, proteger os jovens das pressões comerciais. “Somente quando as pessoas tenham idade para compreender os objetivos escondidos da publicidade é que é desejável expô-las”, afirma o ministro da Cultura. Deixar que o mercado faça o que deseja é “contrário aos valores democráticos”, complementa ele.
Especialistas consideram que “as crianças têm o direito a zonas protegidas”, porque elas não nascem com os anticorpos necessários para se defender das pressões comerciais. As autoridades ousam constatar que as crianças não distinguem bem a publicidade dos programas. Até mesmo a entidade que engloba as empresas de publicidade considera que não se deve suscitar nas crianças “inconscientes do que é razoável desejar”, “desejos que eles não são podem realizar”.
O governo decidiu, baseado nesses argumentos:
- Banir da televisão todas as publicidades voltadas para os menores de 12 anos (brinquedos, roupas, comida);
- Publicidades destinadas aos adultos não podem de forma alguma seguir ou preceder imediatamente os programas para as crianças;
- No conteúdo das mensagens publicitárias, é proibido aparecerem pessoas ou personagens que desempenham papel central nos programas infantis (apresentadores, heróis de histórias) ou colocar em cena crianças atores. O simples recurso a elementos temáticos referidos a crianças (vozes, risos etc.) é igualmente proibido, porque o legislador sabe como essa idade é sensível aos apelos de identificação.
Conforme uma pesquisa levada a cabo pelo Conselho de Consumo, 88% das pessoas se mostraram favoráveis a essas decisões e 82% declararam ser favoráveis à sua extensão aos outros meios de comunicação. O governo considera que o direito de proteger as crianças está acima da “liberdade” das empresas de tentar vender, da melhor forma para eles, suas mercadorias. Considera que as crianças não podem ser reduzidas a objetos das campanhas de publicidade.

É interessante observarmos que a Suécia é um pais de tradição na vanguarda de alguns temas. Todos sabemos por exemplo que este foi o pais que mais expandiu e explorou a indústria pornográfica. Ou seja, ao mesmo tempo em que alguns temas são controversos e são até mesmo frontalmente contrários aos ensinamentos bíblicos, podemos perceber que os danos causados por este liberalidade se fazem sentir e os governos atuais têm buscado iniciativas para isso. Este projeto de lei seria um bom exemplo para ser adotado por outros países especialmente por nós no Brasil.
Como não temos leis que protejam nossos filhos, que tenhamos então o cuidado de observar o que nossas crianças têm assistido em termos de comerciais e que possamos ponderar com eles o que é certo e o que é errado.

domingo, 2 de maio de 2010

Apenas Hoje

Ao meu filho,

Apenas nesta manhã, eu vou sorrir quando vir o seu rosto, e rir mesmo sentindo vontade de chorar.
Apenas nesta manhã, eu vou deixar você escolher o que vai vestir, e sorrir e dizer o quanto você está ótimo.
Apenas nesta manhã, eu vou deixar a roupa para lavar de lado, pegar você e levá-lo ao parque para brincar.
Apenas nesta manhã, eu vou deixar a louça na pia e deixar você me ensinar a montar seu quebra-cabeças.
Apenas nesta tarde, eu vou desligar o telefone, manter o computador fora do ar e sentar-me com você no quintal e soltar bolhas de sabão.
Apenas nesta tarde, eu não vou gritar nenhuma vez, nem mesmo resmungar, quando você gritar e acenar para o carrinho de sorvetes; e vou comprar um se ele passar.
Apenas nesta tarde, eu não vou me preocupar com o que você vai ser quando crescer.
Apenas nesta tarde, eu vou deixar você ajudar-me a assar biscoitos e não vou ficar atrás de você tentando consertá-los.
Apenas nesta tarde, vamos ao McDonald's e comprar um Mc Lanche Feliz para nós dois, para que você possa ganhar dois brinquedos.
Apenas nesta noite, vou segurá-lo em meus braços e contar-lhe uma história sobre como você nasceu e como eu amo você.
Apenas nesta noite, eu vou deixar você espirrar a água do banho e não ficar nervoso.
Apenas nesta noite, vou deixar você ficar acordado até tarde, enquanto ficamos sentados na soleira, contando todas as estrelas.
Apenas nesta noite eu vou me aconchegar ao seu lado por horas e perder meus shows favoritos na TV.
Apenas nesta noite, enquanto eu passar meus dedos entre seus cabelos enquanto você ora, eu vou simplesmente ser grato a Deus por ter me dado o maior presente do mundo.
Eu vou pensar nas mães e pais que procuram por seus filhos perdidos, nas mães e pais que visitam a sepultura de seus filhos ao invés de suas camas, nas mães e pais que estão em hospitais vendo seus filhos sofrerem sem que isto tenha sentido e gritando por dentro que não podem mais suportar isto.
E, quando eu te dar um beijo de boa noite, eu vou te segurar um pouquinho mais forte por um pouquinho mais de tempo.
E é então que eu vou agradecer a Deus por você e não pedir nada a Ele, exceto mais um dia.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Para Refletir

TEMPO DE AMAR...

Dois irmãozinhos brincavam em frente de casa, jogando bolinhas de gude quando Julio, o menino mais novo, disse ao irmão Ricardo:

- Meu querido irmão, eu te amo muito e nunca quero me separar de você!

Ricardo sem dar muita importância ao que Julio disse, pergunta:

- O que deu em você? Que conversa besta e essa de amar? Quer calar a boca e continuar jogando?

E os dois continuaram jogando a tarde inteira até anoitecer.

A noite o senhor Jacó, pai dos garotos, chegou do trabalho estava exausto e muito mal humorado, pois não havia conseguido fechar um negocio importante.

Ao entrar, olhou para Julio que sorriu para o pai e disse:

- Ola papai, eu te amo muito e não quero nunca me separar do senhor!

Jacó no auge de seu mau humor e stress disse:

- Julio, estou exausto e nervoso, então por favor não me venha com besteiras!

Com as palavras ásperas do pai, Julio ficou magoado e foi chorar no cantinho do quarto.

Dona Joana, mãe dos garotos, sentindo a falta do filho, foi procurá-lo pela casa, até que o encontrou no cantinho do quarto com os olhinhos cheios de lagrimas.

Espantada, começou a enxugar as lagrimas do filho e perguntou:

- O que foi Julio, porque choras?

Julio olhou para a mãe, com uma expressão triste e lhe disse:

- Mamãe, eu te amo muito e não quero nunca me separar da senhora!

Dona Joana sorriu para o filho e lhe disse:

- Meu amado filho, ficaremos sempre juntos!

Julio sorriu, deu um beijo na mãe e foi se deitar.

No quarto do casal, ambos se preparando para deitar, Dona Joana pergunta para o marido:

- Jacó, o Julio esta muito estranho hoje, não acha?

Jacó, muito estressado com o trabalho, disse para a esposa:

- Esse menino só esta querendo chamar a atenção...Deita e dorme, mulher! Então todos se recolheram e todos dormiam sossegados.

Às 2 horas da manha, Julio se levanta vai ao quarto de seu irmão Ricardo e fica observando o irmão dormir...

Ricardo, incomodado com a claridade, acorda e grita com o irmão:

- Seu louco, apaga essa luz e me deixa dormir!

Julio em silencio obedeceu o irmão, apagou a luz e se dirigiu ao quarto dos pais. Chegando ao quarto acendeu a luz e ficou observando seu pai e sua mãe dormirem. O senhor Jacó acordou e perguntou ao filho:

- O que aconteceu Julio?

Julio em silencio só balançou a cabeça em sinal negativo, respondendo ao pai que nada havia ocorrido.

Então o senhor Jacó, irritado, perguntou:

-Então o que foi menino?

Julio continuou em silencio. Jacó já muito irritado berrou com Julio:

-Então vai dormir, seu moleque!

Julio então apagou a luz do quarto, se dirigiu ao seu quarto e se deitou.

Na manha seguinte todos levantariam cedo: o senhor Jacó iria trabalhar e a dona Joana levaria as crianças para a escola. Mas Julio não se levantou.

Então o senhor Jacó que já estava muito irritado com Julio, entra bufando no quarto do garoto e grita:

- Levanta menino!

Julio nem se mexeu. Então Jacó avança sobre o garoto e puxa com força o cobertor do menino com o braço direito levantado pronto para lhe dar um tapa quando percebe que Julio estava com os olhos fechados e que estava pálido. Jacó assustado colocou a mão sobre o rosto de Julio e pode notar que seu filho estava gelado.

Desesperado, gritou chamando a esposa e o filho Ricardo para ver o que havia acontecido com Julio...

Infelizmente o pior. Julio estava morto e sem qualquer motivo aparente.

A família ficou desconsolada...

Mas perceberam que havia um papelzinho dobrado nas pequenas mãos de Julio.

Estava escrito:

“Outra noite Deus veio falar comigo através de um sonho, disse a mim que, apesar de amar minha família e dela me amar, teríamos que nos separar”. Eu não queria isso, mas Deus me explicou que seria necessário. Não sei o que vai acontecer, mas estou com muito medo. Gostaria que ficasse claro apenas três coisas:

- Ricardo, não se envergonhe de amar seu irmão.

-Mamãe, a senhora e a melhor mãe do mundo.

-Papai, o senhor de tanto trabalhar se esqueceu de viver.

Eu amo todos vocês!

Esta é uma realidade em muitas famílias. Envoltos em nossas atividades e nossos egoísmos muitas vezes deixamos de olhar para aqueles que querem apenas um pouco de tempo ao lado deles.

Reflitamos sobre isso...


quarta-feira, 21 de abril de 2010

Estamos perdendo nossas crianças

We are Losing our Chilldren
ou
Estamos perdendo nossas crianças.

Sim, propositadamente deixei o título em inglês. Primeiro porque infelizmente as pessoas têm uma tendência de dar valor ou prestar atenção quando alguma coisa é escrita em Inglês no Brasil. Segundo porque o artigo original foi escrito em inglês. E foi escrito pelo brilhante T. C. Pinckney, General Brigadeiro da USAF e além de pastor, segundo vice-presidente da Convenção Batista do Sul dos EUA, reconhecidamente a mais influente convenção no mundo e capaz de enfrentar gigantes como o governo americano e até mesmo a Disney.
O artigo em questão mostra estatísticas terríveis para os jovens e a igreja. Os números dizem que 88% dos jovens nascidos e criados na igreja abandonam a Deus e à Igreja quando chegam à faculdade. E estes abandonam para nunca mais voltar. Ou seja, apenas 12% continuam crendo em nosso Deus.
E na medida em que ele vai discorrendo sobre isso e estudando as causas, o resultado final aponta para apenas um culpado: a escola.
A história da mudança de valores para a escola e que poucos conhecem inicia-se no ano de 1830 em Boston nos EUA quando um grupo de abastados Unitarianos (seita que acredita em Deus uno e não na trindade), decidiu levantar-se contra o sistema escolar da época onde a escola era infuenciada pela igreja protestante americana e pela família. Para isso, foi buscar modelo no sistema Prussiano onde o Estado tem controle completo da educação, os pais não possuem qualquer influência e as crianças são levadas à escola na mais precoce idade possível.
Este modelo adotado em Massachusets espalhou-se pelos EUA e pelo mundo adotando na sequência alguns pilares importantes como: ausência de Deus no contexto da educação; visão sobre a maioria e não sobre o indivíduo e a regra de que o mais capaz deve prevalecer sobre o menos capaz. Talvez aqui você começe a percerber a importância do artigo deste homem de Deus.
Em 1918 Benjamin Kidd publicou em Londres um livro chamado A Ciência do Poder. Na página 309 ele escreve : ”Dê-nos os jovens. Dê-nos os jovens e nós iremos criar uma nova mente e uma nova Terra em uma única geração”. Este autor Humanista sabia claramente o poder de influenciar as mentes das crianças. Note que hoje, em 2008 podemos perceber que ele estava certo. E conseguiram. Uma nova geração, sem Deus e centrada na satisfação pessoal. Aliás, esta é a palavra correta. No lugar de bem estar pessoal que é a definição clássica para saúde, foi introduzida a “satisfação” pessoal. O prazer acima de tudo.
A associação Humanista Americana percebeu claramente o poder de influenciar as crianças na mais tenra idade nas escolas. Ela escreve em suas estratégias: “ com o alvo de ganhar esta nação, precisamos remover completamente os valores morais e espirituias da mente das crianças. A criança precisa entender que não há o certo e errado, que a verdade é relativa e que a diversidade é o único absoluto a ser alcançado”.
Ou seja,como resultado de todo este movimento que iniciou-se há mais de 100 anos o que a escola de hoje ensina durante 4hs por dia às crianças é:
1 – Deus não existe, é uma lenda como a do saci-pererê;
2 – a razão do universo é o homem e o humanismo é nosso alvo;
3 – você consegue resolver seus problemas com suas próprias capacidades e o poder em sua mente;
4 – você precisa ser melhor que os outros e não deve medir esforços para isso;
5 – você deve experimentar a diversidade sexual;
6 – você é fruto do macaco e não do amor tremendo de um Deus tremendo;
Os reflexos disso tudo são vistos hoje na Europa e nos EUA. A cada dia diversas igrejas são fechadas no mundo pois a geração nova afastou-se de Deus. Esta nova geração que foi criada pelos pais que um dia se afastaram de Deus para nunca mais retornar. Isso não é diferente nas nossa igrejas. Cada dia vemos pais chorando pelos filhos perdidos.
O que fazer para mudar? Simples não? Basta abrir os olhos. Ou quem sabe preferir contar com a sorte de que seu filho fique entre os 12%.

Como nós pais cristãos podemos dormir sabendo disso? E o pior, como podemos simplesmente ficar de mãos atadas quando sabemos que é exatamente o humanismo que dirige hoje 100% das escolas seculares. Até mesmo daquelas que professam outros deuses que não o único e verdadeiro Jesus Cristo? Por isso um dia decidimos iniciar este projeto tremendo chamado Evangelium. Não podíamos ficar assistindo ao desfile diário de mães em nossas clínicas chorando pelas filhas desviadas e pelos filhos envolvidos com drogas.


E o pastor Pinckney vai concluíndo seu artigo perguntando:

“Porque nós falhamos com Deus nesta tão importante responsabilidade?
Falhamos porque fomos premeditadamente e admiravelmente ignorantes... e satisfeitos em nossa ignorância.
Falhamos porque a grande maioria de nós não fez os esforços para conhecer os fatos... mesmo sabendo que havia fartura de livros e artigos disponíveis.
Falhamos porque, mesmo conhecendo os fatos, não tivemos a coragem de mostrá-los ao nosso povo.
Falhamos porque ficamos com receio de ofender pessoas. Então preferimos ofender a Deus ao invés do homem.”

Este homem tremendo então corajosamente propõe:
“Vamos iniciar construção de grande números de escolas cristãs. E estas escolas precisam ser verdadeiramente cristãs:
- Cristã na fé sicera de seus professores e de seus funcionários;
- Cristã nos livros cuidadosamente escolhidos;
- Cristã na sua completa cosmovisão
Note que elas poderiam também ensinar sobre evolucionismo, humanismo, pós modernismo ... mas de uma forma balanceada, dando aos evolucionistas os argumentos completos e de forma justa, mas também demonstrando a tremenda fragilidade de suas teorias, as suposições mitológicas sobre as quais estas mentiras são baseadas e as consequências desastrosas para aqueles que escolhem uma vida sem Deus. Nossas crianças precisam estar preparadas para viver entre eles, confrontar se necessário e triunfar em debate com os secularistas. Esta é uma área que ignorância não é admirável”.

Alguns pais em sua soberba ainda se iludem achando que com seus filhos será diferente. Ignorando os números e a realidade da igreja atual à sua volta, pensam que as 2 horas por domingo na escola dominical e os talvez 30 minutos por dia que investem nos filhos falando de Deus serão suficientes para combater as 4hs por dia da escola falando o contrário. Esquecem estes pais que eles mesmos são os heróis para seus filhos. E que ao levarem seus inocentes para as escolas ansiosas por “devorarem” suas almas e pensamentos, estes filhos que consideram seus pais heróis entendem que estão num lugar seguro pois foi seu pai herói que o deixou lá. Então, cegamente confiam no que acontece lá dentro, por que seu pai não os deixaria num lugar se não fosse o certo. Ou seja meu querido, minha querida. Não podemos fugir dos números. Esquecem-se estes pais que Deus sempre nos dá duas opções. A do Bem e a do Mal. Não há uma terceira. E não há uma neutra. O que escolher? Uma escola Cristã ou uma não Cristã? A opção é nossa. Apenas nossa.
Ou seu filho estuda numa escola Cristã. Mas uma escola cristã de verdade, com princípios e onde a palavra de Deus seja clara e livre. Ou no futuro, como muitos destes pais e mães você também irá chorar.

Que Deus nos dê graça, sabedoria e coragem para fazer aquilo que agrada a Ele.

O que a TV não mostra

O que a TV não mostra

Um estudo, realizado no Centro Médico de Seattle nos Estados Unidos e publicado na revista Pediatrics, afirma que cada hora por dia passada em frente à TV aumenta, em média, em 10% as chances de que a criança desenvolva a síndrome do déficit de atenção. A discussão sobre o papel que a TV deve ter na educação das crianças e os resultados dela há muito tem sido aprofundada. Também há muito tempo está aberta a discussão sobre o papel da mídia em geral e mais especialmente da televisão na formação da personalidade violenta das crianças. Muitos sinais já apontavam para uma forte correlação entre o aumento da violência na TV e o aumento do comportamento violento e agressivo entre crianças e jovens. O que não se sabia é que esta correlação era tão estreita e os números tão alarmantes.
Isso é o que mostra as mais recentes pesquisas realizadas pela Sociedade Americana de Pediatria, Sociedade Americana de Psiquiatria, Sociedade Americana de Psicologia e Sociedade Americana de Infância e Adolescência. Algumas destas pesquisas, realizadas ao longo de 15 anos, trazem a público dados no mínimo preocupantes.
Ao assistir à TV uma criança presenciará 20 atos violentos por hora. Uma criança americana média assiste a TV 28hs por semana. Ao chegar aos 18 anos terá visto cerca de 16.000 assassinatos e 200.000 atos de violência. Há que se levar em conta que a televisão americana é muito mais conservadora em termos de exposição da violência e sensualidade do que a TV brasileira.
Uma grande pesquisa realizada com mais de 10.000 horas de programas obteve os seguintes e alarmantes números:
- 60% dos programas contém violência;
- 70% das pessoas que cometem violência neste programas não demonstram remorso;
- 73% das violências ficam impunes;
- 40% de toda a violência é praticada com humor;
- Mais de 50% das cenas de violência dos programas de televisão, se praticadas na vida real poderiam ser letais ou incapacitantes;
- Talvez mais perturbador ainda seja o fato de que 40% da violência foi realizada pelo mocinho ou pelo “herói” que acaba sendo o modelo de todos nós.
- Menos de 5% dos programas violentos incorporam algum tipo de mensagem contra a violência ou que mostre as consequências dela.
Segundo as pesquisas, não importa se a violência é apresentada em um filme, comercial ou mesmo no mais simples desenho animado, o resultado é o mesmo. Até o “inocente Pernalonga pode ter um efeito negativo a longo prazo sobre a criança” por causa da violência apresentada, segundo pesquisadores da Universidade de Michigan .
Os pesquisadores entendem que “a criança que vê violência na televisão pode não entender que a violência real machuca e mata pessoas”. Mais ainda, “se o mocinho usa violência, a criança pode aprender que é certo usar a força para resolver os seus problemas”. Preocupação maior ainda ocorre com os videogames onde, segundo os médicos e psiquiatras a violência ocorre de maneira interativa o que facilita ainda mais à criança e ao adolescente a repetição deste tipo de comportamento.

O resultado da violência na mídia sobre as crianças

“Provavelmente a mais clara evidência que nós temos de que a televisão influencia a maneira de pensar e de comportar-se de uma criança, é o fato de que empresas de propaganda investem literalmente bilhões de dólares tentando influenciar as percepções, escolhas e comportamento das crianças através de comerciais”. A afirmação do Dr Brian L. Wilcox membro da Academia Americana de Psiquiatria e professor da Universidade de Nebraska, não deixa dúvida de que se os comerciais influenciam, também a violência apresentada o fazem.
Um estudo com crianças de 707 famílias em 17 anos entre outros achados mostrou que os que assistiam à televisão menos de 1h ao dia cometeram 5.7% de atos violentos que resultou em machucado sério. Dos que assistiram entre 1h e 3hs 18,4% cometeram violência e mais de 3hs 25,3%, numa clara evidência de que a agressividade é proporcional ao tempo de exposição à violência.
Um outro estudo da Universidade da Pensilvânia realizado com 100 alunos de pré-escola antes e depois de desenho animado com cenas violentas mostrou que quem assistiu estes desenhos estava mais predisposto a discutir, desobedecer as regras da sala de aula, bater nos colegas, deixar as tarefas sem concluir e com menos paciência do que os que assistiram desenho sem nenhuma violência.
A conclusão final dos estudos sobre a criança exposta à violência da mídia é a seguinte:
- A criança se torna menos sensível à dor e ao sofrimento dos outros.
- A criança se torna mais amedrontada com o mundo ao seu redor. Hoje se sabe que cerca de 20% das crianças fazem uso de algum tipo de medicamento antidepressivo. Estima-se que nos próximos 10 anos este número possa chegar a 50%.
- A criança se torna mais atraída por agredir outros.
- A criança se torna imune ao horror da violência.
- Gradualmente aceita a violência como meio de resolver seus problemas. Ela percebe nos desenhos que isso dá resultado e que não há punição para a violência.
- Imita a violência que observa na TV sem entender que aquela violência pode machucar ou mesmo matar se for praticada na vida real.
- A criança identifica-se com certas características das vítimas ou dos agressores. Isso pode torná-la igual à vítima ou ao agressor. Sua personalidade, seu modo de agir, irá imitar um dos dois.
- Os efeitos sobre a criança podem ser vistos mesmo após 15 anos da exposição à violência.
- Criança que assiste muita violência na TV por volta dos 8 anos de idade está mais sujeita a ser presa ou processada por atos criminais quando adulto segundo um estudo de 17 anos (Dr Leonard Eron - Universidade de Illinois - EUA)
Ou seja, temos que entender que a violência da mídia seja na TV, computador, videogames, etc irão produzir algum efeito nas nossas crianças. De alguma forma esta violência terá mais cedo ou mais tarde sérias consequências sobre sua personalidade. Há ainda um fato relevante a ser considerado, que é a época em que os estudos foram realizados. Isto porque a violência na TV de 10 ou 15 anos atrás não pode ser comparada com a de hoje. Isto leva a uma pergunta: se isso foi observado naquela geração o que podemos esperar na de hoje?

O que fazer para reverter os números?

A Sociedade Americana de Pediatria (SAP) orienta 10 pontos para os pais a fim de que os efeitos da exposição excessiva à TV possam ser evitados.
1 – Dê limites: A SAP orienta que toda criança com menos de 1 ano de idade não deve assistir à TV e que todas com mais de 2 anos devem assistir apenas 1 ou 2 horas ao dia de programação educativa e não violenta. Durante a realização das tarefas da escola a TV deve estar desligada.
2 – Planeje o que seu filho pode ver: escolha os desenhos e filmes que seu filho pode assistir. Busque os educativos e instrutivos.
3 – Assista TV com seu filho: você poderá filtrar o que a criança vê e explicar para ela as diferenças entre show, comercial, desenho e vida real. Se você não pode assistir junto, grave os programas para ver depois e discutir com seu filho a mensagem apresentada.
4 – Busque a mensagem correta: escolha programas com mensagem correta. Busque ensinar ao seu filho o que é certo e desligue a TV se a mensagem não é educativa ou sem violência. Como cristãos podemos adotar e versículo de Filipenses 4:8 “Finalmente irmãos, tudo que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.”. Veja se os programas que seu filho assiste preenchem estes requisitos”.
5 – Ajude seus filhos a resistirem aos comerciais: ensine a eles que o objetivo dos comerciais é levar as pessoas a comprar coisas que eles não necessitam. Sempre que houver pedido de compra por parte de seu filho, faça-o refletir se de fato necessita do que está pedindo. Uma pesquisa realizada na Inglaterra mostrou que 94% das crianças entrevistadas estão viciadas em compras aos 10 anos de idade.
6 – Busque vídeos de qualidade: há no mercado inúmeros filmes, desenhos e vídeos em geral que mostram conteúdo sem violência e educativo. Mesmo um desenho animado pode ser violento. A revista Time classificou “O Rei Leão” como um dos mais violentos desenhos animados já produzidos. Há no mercado muitas fitas evangélicas com conteúdo bíblico e com preços acessíveis.
7 – Dê à criança outras opções: assistir à televisão torna-se um vício. Dê a seu filho a chance de desenvolver outros hábitos saudáveis e estimule-o. Tais como: jogar (jogos simples); leitura; atividades com família, amigos e vizinhos; aprender um hobby; aprender um esporte, aprender a tocar um instrumento ou aprender algum tipo de arte (como pintura).
8 – Dê o exemplo: A SAP salienta que nós pais somos o mais importante modelo para nossos filhos. Copiar nossas atitudes é quase uma regra. Por isso a SAP recomenda que nós comecemos desligando a televisão ou que limitemos o tempo dela ligada. Ainda mais, que escolhamos programas para assistir com mensagem adequada para que se a criança passar no momento em que estejamos vendo ela perceba que temos sabedoria na escolha. Nosso testemunho é fundamental.
9 – Expresse seu ponto de vista: dê sua opinião sobre o que está passando. Escreva para a TV, para o jornal, para o rádio. Mande e-mail ou carta. Manifeste-se. Não fique passivo. Foi a partir da manifestação dos pais americanos que surgiu o sistema de classificação de filmes e TV que foi desenvolvida pela SAP e é usado pela TV americana. Nós cristãos devemos ser mais ativos e praticar o que está em Romanos 12:2: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. Não se conforme. Manifeste-se
10 – Busque mais informações: a SAP disponibiliza sites e telefones com informações sobre os filmes e desenhos. No Brasil ainda não há nenhum correspondente a isto. Mas é possível você buscar entre seus amigos, pastores, educadores, líderes cristãos em geral as informações sobre filmes e desenhos. Não se deixe atrair pela propaganda. Informe-se antes.

Busque sabedoria de Deus para o que seu filho merece ou não assistir. Busque conselhos: Pv 11:14 “Não havendo sábia direção, cai o povo, mas na multidão de conselheiros há segurança”.
Se ao ler estes artigos você identificou-se com o que foi apresentado e reconhece que errou com seu filho, lembre-se o que diz em I João 1:9 “se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”. Peça perdão ao seu filho e recomece de novo. Deus sempre está pronto para ajudar-nos.


Referência Bibliográfica
1 - Television and the Family, American Academy of Pediatrics
2 - Television – What Children See and Learn, American Academy of Pediatrics
3 - Unsafe and Violent Behavior in Commercials Aired during Televised Major Sporting Events, Pediatrics jun/2004
4 - Childhood Exposure to Media Violence Predicts Young Adult Aggressive Behavior, according to a new 15-Year Study, American Psychological Association mar/2003
5 - Violence in the Media – Psychologists Help Protect Children from Harmful Effects, American Psychological Association
6 - Violent Video Games – Psychologists Help Protect Children from Harmful Effects, American Psychological Association
7 - Violence on Television. American Psychological Association
8 - The Influence of Music and Music Videos, American Academy of Child and Adolescent Psychiatry
9 - Children and TV Violence, American Academy of Child and Adolescent Psychiatry
10 – Understanding Violent Behavior in Children and Adolescents, American Academy of Child and Adolescent Psychiatry
11 – Mais de 50% dos filmes de censura livre nos EUA têm cigarros, álcool ou drogas, diz estudo – BBC Brasil – julho/2004.
12 – Criança não deve ver televisão sozinha – Folha de São Paulo – dezembro/2004
13 – Criança até 2 anos não deve assistir TV, diz estudo – BBC Brasil – abril/2004
14 – Understanding the impact of media on children and teens, American Academy of Pediatrics
15 – Childhood exposure to televised violence may predict aggressive behavior in adults, American Psychological Association
16 – Three-year study documents nature of television violence, American Psychological Association
17 – Unraveling new media’s effects on children, American Psychological Association